Royal Eagle - Revell
(ex-Matchbox)
He-170 em 1/72 |
Started: January / 2006
Finished: May / 2008 |
Este projeto começou entre uma
seção de pintura e outra de um outro kit (o F4D da Tamiya
em 1/72). É o velho
Heinkel He-70 da Revell (ex-Matchbox) em 1/72. Molde antigo,
e
o kit precisa de muitos melhoramentos... Tive algumas crises de AMS,
mas
está
sendo divertido. Na sua versão com motor em linha, o He-70 deixa
poucas
dúvidas de onde vem o seu irmão maior He-111. Mas na
versão com motor
radial, o He-170 (ou He-70K, como seria mais correto), as linhas
originais são um pouco perdidas. Não sei bem a
razão, mas optei
pelo segundo, utilizado pela Real Força Aérea
Húngara durante a II
Guerra.
Como
o kit é bem básico, não dá pra fugir de
acrescentar alguns detalhes,
principalmente nas versões militares,
onde a carlinga traseira fica aberta (também tem a
versão civil ilustrada na
caixa, muito bonita). A primeira
coisa que notei foi a forma tosca como o capô do motor do He-170
é
moldada: quase sem detalhes e com os flaps de resfriamento errados.
Resolvi fazer um nariz novo, conformado a vácuo sobre um molde
de madeira previamente
torneado. Depois, o anel do nariz recebeu alguns detalhes estruturais.
Os demais paineis foram rebitados e eu adicionei linhas de painel em
baixo relevo:
O
motor WM-14K era derivado (cópia sob licença) do
Gnôme-Rhone francês de
14 cilindros. A peça que vem no kit é bem ruinzinha para
uma área tão
visível. Como o Japão produziu o WM-14K sob
licença (Homare-25) para o
Ki-43, utilizei esse motor do velho kit da Revell - ô
saudades.... Só dei uma
incrementada nas hastes das válvulas. A seguir eu cortei a
parede corta
fogo do kit e refiz uma nova, incluindo os escapamentos e os detalhes
da parte traseira do motor, que serão visíveis com os
flaps de
resfriamento abertos:
Os
suportes do motor foram feitos com arames de latão. O coletor de
descarga é arame de clipe de papel... quero só ver para
pintar isso depois.
E aqui um
test-fit pra ver como as coisas se encaixam:
A seguir o
interior da fuselagem foi melhorado, com a adição dos
itens mais
visíveis nas poucas fotos que eu consegui. Abri mão de um
pouquinho de
"guizmologia", como diria o F. Verlinden. Diversos detalhes não
estão
presentes na foto abaixo porque serão adicionados depois da
pintura, já
que eles serão visíveis pelas janelas. A
propósito, as janelas do kit
não são grande coisa. Aumentei suas aberturas em cerca de
1mm ao redor
de todo o perímetro e substituí as transparências
por placas de
acrílico. Colei com CA e dei polimento. Depois passei três
camadas
generosas de
Future. Como o mascaramento das janelas será menor que a
área do
acrílico, não haverá problemas com as emendas,
já que a
janela fica
perfeitamente alinhada com a superfície da fuselagem.
Nota: depois de pintado, notei que o acrílico usado continha
algumas trincas que aparecem sob certos ângulos - isso é
típico de sucata de acrílico que foi muito
manuseado/flexionado. Paciência... vai ficar assim, mesmo.
Enquanto a cola
secava ataquei o
porão das rodas, que no kit é completamente vazio,
como era
de se esperar em um modelo tão antigo. As fotos do avião
real indicam
que o porão não era totalmente fechado (como no Spitfire,
por exemplo), mas apenas
no lado
interno. No restante, sobravam diversas cavernas por onde era
possível ver o interior da asa. Usei basicamente pedaços
de plástico e
algumas seções de tubo. As fotos abaixo indicam como
ficou,
mas seriam inclídos detalhes menores (tubulações,
cabos elétricos
etc.).
A
superfície das asas recebeu alguns melhoramentos. O principal
foi
refazer as linhas de painel em baixo relevo. Como de costume, as linhas
de painel sobre o bordo de
ataque não foram feitas... prefiro fazê-las depois de
colar as metades
das asas, para garantir que as linhas superior e inferior coincidam.
Não se esqueçam dos dois segredos para fazer boas linhas
de painel: (a)
parar quando vc acha que ainda precisa de mais um passe; (b)
suavizá-las com cola líquida no final (depois de lixadas
e limpas).
Também adicionei alguns painéis de acesso e as orelhas
dos flabs e
ailerons, que são visíveis nas fotos do avião.
Durante um exame
em fotos da época (parece que nenhum He-70 sobreviveu até
os dias de hoje), descobri que os trens de pouso dessa
aeronave recolhiam com auxílio de cabos de aço conectados
ao cubo da
roda (similar ao Polikarpov I-16). Então existe uma roldaninha
que não
aparece aí nas fotos porque só vou colá-la depois
de pintado o porão:
Quanto
ao trem propriamente dito, as peças do kit são
inúteis de ruins (somem
a isso a idade dos moldes). Usinei as pernas em latão, e um
pedaço de
sprue enrolado para simular as coifas da suspensão. As rodas e
as
portas são do kit, mas reduzi a espessura das portas para ficar
mais
realista, e adicionei os reforços e detalhes do lado interno.
Mas tarde adicionarei os parafusos e rebites das calotas das rodas :
Voltando ao
cockpit, fiz novos assentos usando o velho
método da
camisinha de poliestireno. Não ficaram perfeitas, mas bem
melhores que as do kit - acho que é isso que importa:
O
maior problema é a parte traseira do cockpit, onde ficava o
radio
operador/metralhador, onde eram bem visíveis pelo menos
três rádios ou
sei lá o que. Reproduzi esses componentes baseado nas duas
únicas fotos
que consegui. Fiz o molde em silicone e tirei cópias
porque senão o
Nei vai me encher o saco depois... No fim, só usei o painel de
controle
e o manete do manche que vêm no kit (não vem muito mais do
que isso,
mesmo).
E
na fuselagem, finalizei com os reforços estruturais faltantes e
os
suportes para algumas peças. Estava pensando em adicionar uns fiozinhos prá lá e
pra cá, como nas fotos da
época, mas ainda não sei.
Ainda no
cockpit, cortei o chão da parte frontal (onde ficava o
piloto
e o navegador/bombardeador, necessariamente nessa ordem) e adicionei
suportes para os novos assentos, alguns detalhes e pedais
fotocorroídos antigos da Eduard:
E aqui
estavaá toda a família reunida naquele domingo frio
(tirando a dúvida dos fiozinhos e a metralhadora, acho que era
isso):
Finalmente, pude
testar o encaixe das fuselagens (devia ter feito isso antes):
Tenho tentado
abandonar gradualmente meu purismo para
me
divertir mais com esse nosso hobby. Se algo não sai bem como eu
gostaria, bem... talvez na próxima. Agora vai assim, mesmo. Em
outras
épocas a peça iria para a soda, e faria tudo de novo
três ou quatro
vezes. Vamos ver quanto tempo isso dura...
Hora
de primer e RLM02...
Aqui estão alguns detalhes do interior, já pintados
(ainda falta colocar os vidros
nos instrumentos):
A MG-15
não ficou legal. Resolvo isso depois:
E aqui
está o cockpit, já quase pronto. Os cintos são da
Fine Molds -
excelentes,
mas ainda era preciso dar um toque de verniz fosco pra diminuir o
brilho
das fivelas. Os instrumentos do painel frontal são decais do kit:
A
fuselagem foi pintada, envernizada, draibruxada e fosqueada em duas
horas. Ainda é a única exceção em que eu
coloco acrílicos à frente dos
esmaltes e lacas:
E
os porões das rodas foram provisoriamente aerografados antes de
colar
as metades das asas. Faltam alguns detalhes, e o aerógrafo
não
conseguiria atingir certas áreas. Depois de coladas é
só retocar...
Os
estabilizadores também foram um pouco retrabalhados. Ainda
faltava fazer o rescribing.
Os atuadores dos trim tabs
seriam instalados por último, antes da camuflagem:
E
aqui está a bequilha. Usei a polaina do kit, mas removi roda e
cavei uma abertura para instalar uma roda melhor. Aliás, essa
roda é
provavelmente um dos itens mais antigos da minha caixa de sobras.
É
de um Ju-87 Stuka da Revell que eu montei lá por 1980. Ô
nostalgia...
Hora de fechar a
fuselagem. Já foi dado um passe inicial com massa
nas juntas e descobri um furo nos detalhes (adivinhem...):
Dei
uma verificada no suporte da MG-15, só pra conferir. As juntas
indicadas são um problemão. Já estava aquecendo o
braço e separando as
lixas:
O
maior problema até então tinha sido a
eliminação
da junta mencionada. A solução não era simples
porque a curvatura da tampa do cockpit (A,
na
figura abaixo) não batia com a curvatura da fuselagem - ficava
um
degrau
bem visível. Pra piorar as coisas, a corcova (B) impedia que a
lixa
passasse livremente pela área central. Na próxima
encarnação, vou remover
a corcova e instalá-la no final... facilitaria muito as coisas:
Antes
de começar o rescribing
da fuselagem, tive que corrigir a junta
do
nariz com a dita cuja. O problema aqui é que o molde já
está ruinzinho, e o encaixe do nariz (A, na figura abaixo) com a
fuselagem
(B) é bem frouxo. Além disso, as arestas das fuselagens
nessa área eram
irregulares e não acabavam em um canto vivo. Como resultado,
sobrava
uma
baita linha de painel, de profundidade e formato variável ao
longo de
todo o perímetro. Eu poderia colar as duas partes, passar massa,
lixar
e reescrever as linhas (como normalmente se faria), mas os rebites e
linhas de painel do nariz não suportariam uma outra
seção de lixa.
Então usei uma técnica sobre a qual já conversei
com alguns de vocês
antes. Eu deveria chamá-la "Como corrigir uma junta sem eliminar
a
linha de painel" ou "Como fabricar encaixes" ou ainda "Como eliminar
uma junta sem eliminá-la!". Vamos a ela. Primeiro, você
cobre todas as
superfícies da peça boa
(nariz) que entrarão em
contato com a peça ruim
(fuselagem) usando Bare Metal Foil:
É
importante que a peça boa tenha a
região de contato
bem feita. Qualquer imperfeição ali vai ser reproduzida
depois. Bem,
capriche na aplicação do BMF para evitar rugas na
área de contato.
Agora, cole as duas peças com pequenas gotas de CA, cuidando com
o
alinhamento (como se fosse definitivo). A seguir, passe uma generosa
camada de CA ao longo de toda a junta - o CA deve efetivamente inundar
a junta. Para acelerar o processo e facilitar na hora da lixa, usei goop depois do CA puro:
Espere
secar ou use um acelerador. Agora, como a cola do BMF é
fraquinha, você
pode remover o nariz com facilidade, já que o CA não
entrou em contato
com nenhum plástico do nariz:
Para
minha surpresa, por alguma razão o CA não adere direito
ao BMF (seria esta a vantagem de dedos engordurados?). Se
aderisse também não seria problema, já que a
espessura
do BMF o faria
invisível depois. A junta que resulta deve ser uma cópia
"fêmea"
perfeita da aresta do nariz:
Então era
hora de lixar. O importante neste caso é dar passes com a
lixa paralela
aos lados da fuselagem. O objetivo é remover o excesso de goop
apenas
na espessura (perpendicular à fuselagem):
Quando
você chegar no plástico, é hora de parar. Sinal que
você nivelou o goop
com a forma original da fuselagem. Se tudo correu bem, o goop vai
preencher apenas os espaços que diferiam, na fuselagem, da
área
correspondente do nariz:
O
resultado dessa técnica é uma junta quase perfeita. Eu
digo quase
porque a linha de painel ainda vai estar lá, visível
(é possível
destacá-la ainda mais com uma leve escovada nos cantos), muito
mais
sutil e retinha (desde que o nariz tenha sido nivelado também,
né ô bocoió?). A
foto abaixo obviamente não permite ver muita coisa, mas no meu
caso o
nariz literalmente encaixava com um clique.
Até
então só tinha usado isso em raiz de asa, mas é
possível aplicar o
método para "fabricar" encaixes. Acho que aprovou. Alguns
modelistas
sugerem usar essa técnica com vaselina no lugar do BMF.
Não façam isso!
Mesmo que vc ache que limpou tudo, a vaselina continua migrando pela
tinta/verniz fosco por meses...
Vamos ao scribing... Aqui vão mais
duas dicas que podem ser
úteis. Todo mundo já teve problemas com scribing em
superfícies
não-planas, ainda mais em 1/72. Aqui o problema se repetiu -
como a
fuselagem traseira é cônica, não teve reguinha que
ficasse no lugar.
Acabei usando tiras de rotulador, mas como elas não se ajustavam
direito, o jeito foi ancorá-las com Mr.Masking-sol, da Gunze. O
Mr.Masking-sol é bem mais duro que o Maskol, da Humbrol, e
suporta
bastante abuso. É horrível para carlingas, mas funciona
muito bem neste
caso:
A
outra dica é a seguinte. Sabem aquelas linhas de panel curvas,
que
acompanham o contorno de uma peça? Nunca tem uma curva francesa
que se
adapte a elas. E se tivesse, não seria possível prender a
curva
francesa... As asas e todos os estabilizadores do He-70/170 eram
chapeados ao longo de todo o bordo de ataque, deixando uma linha de
painel desse tipo. A dica é usar um compasso transferidor.
Apenas
substitua uma das pontas por outra mais longa ou um pino:
O
princípio é simples: a ponta longa deve seguir o contorno
do bordo de
ataque, enquanto a ponta que risca faz a linha de painel. Aqui
está a
técnica em ação:
E este é
o resultado:
Neste ponto eu não aguentava
mais scribing,
lixa,
lava, primer, verifica, corrige, lixa, lava, primer... Acho que dei uns
seis passes. Detesto esse modelo, e por duas vezes ele quase foi pra
parede.
Nei e Victor, se vocês estão na escuta, esqueçam
este kit. Ele é uma
bosta! E com a minha sorte, a Tamiya deve lançar um em alguns
meses,
mais ou menos quando eu estiver colocando os decais. Que merda!
Passado algum tempo
retomei o kit, embora
manco, (mais) broxa e (mais) careca. Eu já mencionei que este
kit é uma
bosta? Senão, saibam que ele é uma bosta. Dei uma parada
nele e adiantei os trabalhos em um Polikarpov I-16 da Hasegawa (1/72). Como
eu não aguentava mais lixar, resolvi tirar a ferrugem do
aerógrafo e
dei uma pintada na hélice e no motor. Nada de especial:
As carlingas
seriam um problema... eu já antecipava isso. Mas como não
dava pra fugir, adicionei os berços onde elas vão se
encaixar depois.
Aproveitei e adicionei os esquadros das janelas,
feitos com tiras plásticas e lixadas para reduzir o
possível na sua
espessura (e cuidando para não arranhar a área
transparente -
adivinhem como eu sei disso...):
O
próximo passo foi colar as asas. O problema é que para
manter o diedro
correto, apareceu um gap de +/-1mm na junção da parte de
baixo da asa.
Para resolver o problema, resolvi tentar algo diferente de gastar meio
tubo de massa: colei tiras de plástico para extender o skin da raiz das
asas, tanto em cima quanto em baixo. Em cima essas tiras se
sobrepõem com a emenda, desaparecendo com o gap. Mas em baixo
não
tinha como, e então a idéia era lixar até a
transição ser suave:
E
então lixei, lixei e lixei. Na parte superior da raiz da asa
não houve
problemas maiores. Já
na parte da barriga - a do avião... eu não tenho barriga,
é que a minha
coluna tem uma mistura de lordose com escoliose e fimose, e
então...
Tudo bem esqueçam! - eu me limitei a lixar mais, lixar mais, e
lixar
mais. As curvas ali são bem complicadas, então fiz o
possível para não
"achatar" a área:
Até
aqui estava ótimo, mas o avião tava parecendo a Hebe
Camargo de liso.
Olhando as fotos fica claro que os fairings
na raiz das asas são bem
visíveis, como na maioria dos aviões. Na verdade
são painéis
sobrepostos, e eu tentei reproduzir o efeito da seguinte maneira:
primeiro, rescribing (de novo) das linhas faltantes na barriga do
avião. Depois eu mascarei o perímetro que definirá
depois as bordas dos
painéis que se sobrepõem à fuselagem. É
melhor mostrar:
Então
eu mascarei o restante da fuselagem e asas e apliquei uma camada grossa
de primer automotivo nas áreas destacadas com as setas.
Três ou quatro
demãos pesadas intercaladas por 15 minutos. Então deixei
secar dois
dias (na verdade deixei secando uma semana... é só pra
vocês não
desanimarem). E adivinhem o que eu
fiz a seguir: lixei, lixei e
lixei. Aqui a história é diferente. A idéia
é lixar com muito cuidado
até as fitas usadas no mascaramento aparecerem. Então
é hora de
removê-las. Se tudo der certo (vejam bem, se...), a fita deve
deixar um
degrau que simula os painéis sobrepostos. Dêm só
uma olhada:
No fairing superior não foi
preciso tanto cuidado porque a extensão de
plástico adicionada à raiz da asa já representa o
degrau. Mas pelo
menos ajudou a definir melhor aquela curva característica no
bordo de
ataque da raiz da asa:
Depois disso,
toda vez que eu encontro um pedaço de lixa
sobre a mesa começo a tremer descontroladamente. Mas talvez a
etapa mais difícil já tenha passado. Mais uma camada de
primer automotivo para conferir tudo, e mais uma lixada:
Um trabalhindo
adicional que eu não tinha previsto foi ajustar o suporte do
gerador embaixo da fuselagem. Era um gerador movido à vento, mas
as hélices serão adicionadas só no final:
Então voltei a trabalhar no capô do motor. Os flaps foram
cortados de um cowling de
reserva que eu tinha conformado antes. Usei tiras de fita de rotulador
como espaçador para mantê-los ligeiramente abertos:
O He-70K tinha
uma luva se sobrepondo a cada par de flaps do cowling. Reproduzi isso com
pedaços de plástico bem finos cortados em forma
triangular. Depois de colados, foi dada uma lixada leve para eliminar
as arestas mais proeminentes:
E como
não tem
jeito, vamos à carlinga. Elas foram conformadas a váculo
a partir de frascos de sabonete líquido. O importante nestes
casos é um molde bem liso. Usualmente faço isso em
etapas. Primeiro é feito um molde em madeira ou gesso (A, na
figura abaixo). Sobre este é conformado um contramolde
provisório (B). O contramolde é então preenchido
com resina para gerar o molde definitivo (C) sobre o qual são
conformadas as transparências (D). A vantagem desta
técnica é que o contramolde (B) elimina a maioria dos
pequenos defeitos do molde inicial (A). Assim o molde definitivo fica
bem melhor acabado. Aqui vemos o material usado na carlinga traseira,
que tinha uma parte deslizante e uma fixa:
E na foto a seguir, vemos a carlinga do piloto: (A) molde original,
feito a partir da transparência do kit; (B) molde definitivo; (C)
moldagem; (D) nova carlinga.
Neste ponto ainda não tinha idéia de como mascarar a
carlinga dianteira. Mas as traseiras já estavam prontas. Foi
necessário pintar a parte deslizante antes porque ela
será montada sob a parte fixa (recolhida), para o metralhador
ter acesso
à MG-15:
Depois de
uma longa parada (o ano foi duro pô, vocês estão
pensando o quê?) e de terminar o Polikarpov
I-16, retomei o trabalho no vovô Heinkel. Nesse meio tempo,
foram adicionados vários dos detalhes faltantes. As pernas do
trem de pouso foram pintadas e seladas com Future, aguardando o wash.
Colei as transparências (ainda falta a parte deslizante do
piloto) e as mascarei. Essa foi a pior parte, e pode piorar ainda mais
quando eu remover as máscaras... só vou saber daqui
algumas semanas.
Então começou a briga para descobrir quais eram as cores
empregadas pela RHAF. As cores típicas eram verde/marrom/cinza
em cima com azul embaixo. Nos anos 1942-43, as camuflagens splinter da
RHAF mudaram do estilo 'à mão livre' para um
padrão splinter de linhas retas, semelhante ao adotado pela
Luftwaffe no início da guerra. Mas de padrão não
tinha nada, pois não existiam duas aeronaves sequer parecidas. O
esquema a ser usado é o ilustrado abaixo, que eu escolhi porque
corresponde aos decais do kit (ah, quem dera a Hasegawa e a Tamiya
fizessem decais como os da Revell...):
Voltando ao esquema
da camuflagem, existe uma grande discussão a respeito de quais
eram exatamente as cores usadas pela RHAF para pintar suas aeronaves (a
partir da mudança de insígnia para a cruz branca). Ocorre
que os 18 He-70K da Hungria (a denominação He-170A
só foi empregada pelo fabricante) foram entregues entre
setembro/1937 e fevereiro/1938 em cor cinza claro, possivelmente RLM02
ou LH40/52. Isto é comprovado por pesquisa, e elimina a
alternativa de serem camuflados na fábrica. Agora, seria
perfeitamente possível que o pessoal da RHAF empregasse cores da
Luftwaffe para pintar seus Heinkels, a exemplo do que faziam com outras
aeronaves. Por mais que eu tenha procurado, desconheço qualquer
documentação comprobatória definitiva sobre esse
assunto (e pelo que vi na internet, não sou apenas eu), mas a
indicação mais unânime aponta para o uso de RLM
61/62/63 com as superfícies inferiores em RLM65. Eu disse
'seria' porque o acesso à tintas alemãs era abundante
até meados de 1942. A partir de então, é sabido
que a RHAF passou a usar material da Reggia Aeronautica, e portanto as
cores deveriam ser algo como Giallo mimetico/Verde mimetico/Marrone
mimetico/Grigio mimetico. E, é claro, uma mistura de material
alemão e italiano também deve ser considerada. Enfim,
como sempre ocorre nesses casos, ninguém tem certeza de nada.
Citando nosso amigo Amaral: "o
importante é não pintar de azul o que é
vermelho". Resolvi fazer uns testes, só para o caso de eu
ter algum azul parecido com vermelho (eh, eh...). Aqui estão
minhas conclusões:
- Esquema
RLM 61/62/63/65: Testei esta combinação usando os
esmaltes da Testors, e as lacas e acrílicos da Gunze. O RLM61
não é marrom porra nenhuma, e é muito escuro.
Então ou esta cor era Marrone mimético ou outro RLM
(talvez o RLM79). O RLM63 é muito claro, e embora possa estar
correto, as fotos da época mostram que ele quase se confundia
com o RLM65 do dorso das aeronaves. O RLM62 parece estar certo, assim
como o RLM65.
- Esquema
Giallo/Verde/Marrone/Grigio mimetico: Não tenho uma única
cor italiana. Mas julgando pelas fotos dos Fiats CR.42, deve ser algo
muito parecido com RLM 79/62/63/65. Alguém
aí se habilita?...
E ainda
vale a pena citar o que o modelista John Valo (muito prolífico
em aeronaves húngaras da II Guerra) usa nos seus modelos 1/48:
RLM62, RLM79, RAF Ocean Grey e RLM65. Pessoalmente, acho o Ocean Grey
muito escuro, ainda mais em 1/72. Mas parece haver consenso quanto ao
RLM62 e RLM65. O cinza tem que ser mais claro que o Neutral Gray, mas
sem o tom caramelo do Light Gray. Para o marrom, cheguei à
conclusão que qualquer cor 'cocô de nenêm' serve
(quem não tem filhos aí que ser vire).
Feitos os testes, eis as minhas escolhas:
- Azul:
qualquer RLM65 decente serve. Escolhi a laca da Gunze (Mr.Color 117). A
tinta Duco da Aerotech também é uma ótima pedida
para quem não quer esperar mais que 15 minutos para secar.
- Verde:
gostei do RLM62 esmalte da Testors (Model Master #2076). Vou ficar com
ele, mas o RLM62 não é uma cor polêmica.
- Cinza:
adotei a mistura RLM63 e RLM61 na proporção 7:3,
respectivamente, com os esmaltes Model Master (#2075 e #2077).
- Marrom:
escolhi o acrílico Gunze FS30219 (Mr. Hobby Color H310), mas o
esmalte Humbrol Natural Wood
(#110) também é uma opção, embora um pouco
escuro para a escala.
E assim
começou a pintura. Iniciei pelo RLM65 na parte de baixo. As
pontas das asas foram pintadas com laca nitrocelulose amarelo:
A seguir, pintei as
faixas vermelho/branco/verde na deriva. Usei os esmaltes Insignia Red (#1705) e Beret Green (#1171), ambos da Model Master, e um
branco qualquer. A maior parte dos
aviões da RHAF usava as faixas nos estabilizadores horizontais
também, mas como eu não encontrei nenhuma evidência
disso nos He-170, deixei sem.
Na parte de cima, usei a velha regra das cores claras primeiro. Usei a
mistura RLM61/63 como um primer fraco, carregando mais nas áreas
onde esta é a cor final. É claro que achei um monte de
defeitos, mas como eu já disse antes, estou me curando da AMS. O
motor foi então instalado. Depois vi que me esqueci do coletor
dos escapamentos. Por sorte não dá pra ver muita coisa
pelos flaps de resfriamento.
E enquanto a tinta secava, adicionei os detalhes faltantes nas rodas.
Foi feita uma abertura para dar acesso à válvula do pneu
e parafusos da calota foram imitados com uma ferramenta de peloar.
The wheel hubs were painted gloss black using nitrocellulose lacquer
(automotive). The advantage of these paints, besides the extremely fast
drying, is their ability to support mineral spirits washes without the
need of an acrylic protective coat. In other words, you wash right after painting
the base color, saving a lot of time.
Focusing again on the main camouflage colors, I decided to use a fairly
soft demarcation lines between colors. I'm assuming these birds were
painted in the field, and although most profiles I've seen show sharp
lines, I don't think these particular aircrafts were painted with any
kind of mask. So I decided to use a lifted paper mask. The first thing
was to scale the kit's painting instructions to the correct size. Using
a CAD software, the color demarcation lines were thickened and I then
printed the drawing. Then those markings in true dimensions were cut
off the paper.
In order to provide some lift of the masks from the model's surface, I
used a sandwich of
masking tapes cut in thin strips and fixed to the back side of the
masks. A double side masking tape was used for the first layer of the
sandwich, with a couple of hardware tape layers in the middle and
Tamiya tape as the last layer. I protected the sticky sides with
non-sticking paper while the stripes were cut. The strips were then
fixed to the backside of the masks allowing a small gap:
The backing paper was
removed as the masks were applied to their positions. The missing masks
were made using Mk.I eyeball. After studying the instructions, I
decided that it would be easier to mask the gray and airbrush the
green, leaving the brown as the last color. And so I did:
And after numerous sections of airbrushing and touching up, here's the
result:
Unfortunately, a
digital image doesn't caputure the subtle effect of lifted masks, but
it is definitely a different result than what would be obtained by
simply laying a masking tape, as far as you ty to keep your aibrush as
perpendicular to the surface as possible. After retouching a few
oversprayed spots, I mixed the cammo colors with withe in a 1:1 ratio
and produced some fading to the camouflage by post-shading the central
area of the larger panels. This task is much easier in 1/48 or 1/32
scale, as the masks are all removed now, and I think it must not be
overdone in smaller ones. I tried to appy the effect more heavily on
the control surfaces, but to my eye I don't think they stand more than
the rest of the model.
I was a bit afraid about the removal of the masks protecting the tail
stripes, since these masks were there for quite a while, but in the end
everything turned out ok:
Next, I retouched the fuselage/undersurfaces demarcation line using
lifted masks, but this time I made use of a larger gap between the mask
and the model surface. I also post-shaded the RLM65 with a lighter hue
of it:
And that finishes off the camo painting. Time to prepare this beast for
the decals:
After a couple of
weeks halt, the nose was glued in place, and I applied a coat of Future
in preparation for the decals. I was going to use the kit decals which,
by the way, are excellent like any Revell-Germany decals:
I'll
spare you from the boring decal application step (I forgot to take the
photos, doh!). It suffices to mention that the Revell decals went on
very nicely, and responded well to setting solutions. My only complain
is the relatively low working time before they stuck to the surface
(would be easier for me if I stopped shaking my hands...). I was afraid
of regretting for not painting the yellow stripe on the fuselage. The
kit's decal wrinkled heavily, but four or five applications of
Micro-Sol and the magic is done.
Another coat of Future sealed the decals. I then started the weathering
phase. Firstly, I applied a selective oil wash - heavier on
engine/maintenance areas and lighter on the remaining areas. Most of my
trench-like panel lines dismiss any wash! Burnt umber, burnt sienna and natural shadow were the colors
used. The darker tones were concentrated on the control surfaces, and
the brownish ones around the engine area. I also used oils to
replicate some oil/fuel stains. This effect was used on flaps and control surfaces
hinges and on the lower side of the cowling. The method was also
used on the lower surfaces, aft the wheel bays, suggesting some
lubricant leaks from the landing gear, and around the fuel tanks caps
as well. Once the oils were
dry, I applied some oxidized paint chipping using a 4B pencil. Recent
paint chipping will be applied later (after the flat varnish) with gray
and silver Prismacolor pencils. Most of the paint shipping was applied
on the belly due to dirt during take-offs and landings, but some
chipping was done on the walkway area and the leading edges of the
wings, too.
The next step is about something I'm still mastering: the famous
overthinned red-brown+black post-shading, made popular by the
australian modeler Chris Wauchop. For that, I dugged my best airbrush -
a Tamiya HG-SF - which is reserved to paint Corsairs only. After
realizing that I haven't finished any F4U in the last ten years, I
decided to open an exception. I prepared a mix of Tamiya Hull Red (XF-9) and Black (XF-1) and thinned it with
isopropyl alcohol in a 10:1 ratio, approximately. The important thing
is to make it very thin, almost translucent. I applied the effect on
the control surfaces (using hand held paper masks), and along prominent
panel lines (wing spars, walkway areas). I abused of the method on the
belly of the aircraft, aft the engine, to produce some false shadowing
effect and the soot from engine exhausts. I love this technique. It
results a very subtle effect, but you have to trust the airbrush is
doing its job. If you can see the area darkening as you shoot, stop
immediately. You overdid it, bud. Guess how I know...
And after numerous touch-ups (plus an almost catastrophic end when I
incidentally laid the model over a foam soaked with lacquer thinner), I
prepared a roughly 1:1 mix of Testors Dullcote and Metalizer Sealer to
apply the final, semi-but-almost-dead-flat-gloss coat. I'll leave you
with the pictures before I tackle the landing gear.
At this point I had to turn my attention to those boring, but not less
important details. In this case, I made a new antenae stretching a
sprue with square cross section, painted the exhaust pipes in
preparation for their weathering, finished the main wheels, and worked
on the last piece of the airframe: the sliding canopy. It resulted a
tad too thick, but by then I have run out of patience. The missing
frames of the canopy were added using thin strips of clear decal,
painted in RLM02 and overpainted with RLM62.
The
undercarriage legs were cemented in place, paying attention to proper
alignment. Sit the model on a glass plaque and measure the height of
the wing tips to the ground: they must match. This method always work,
provided the wing dihedral is correct. I added he brake lines from
stretched black sprue.
The main wheels
received a coat of gloss black, and then washed with grey oil paint to
accent the bolts embossed on the hub. Once dry, I masked the hubs and
airbrushed Aeromaster Tire Rubber lacquer.
The tires were dusted with Tamiya Buff
(XF-57) while the masks were still on, and later I treated the whole
wheel with Tamiya weathering pastes. The propeller spinner received a back
plate, while the blades were treated with grey and silver paint to
simulate the characteristic chipping.
Once I was satisfied
with the oily aspect of the exhaust, I installed them and retouched the
belly of the fuselage with pastel chalk to make the exhaust stains more
convincing (note that the ends of the exhaust pipes protudes very low
in the aircraft profile, so I guessed the stains shouldn't be too
heavy). The wheels and main landing gear doors were added next. I also
installed a new pilot's headrest (something I made very early during
this project, and I almost forgot...).
The careful planning with the landing gear struts and wheels has payed
off when I put the ugly Heinkel on its wheels for the first time:
The
wind-driven generator properler was made from plastic bits and
installed. The
landing gear retracting cables were made from stretched vinyl sprue,
connecting the wheel hubs to the pulley inside the wheel
well.
The next step was to install the antenae, and its aerial made of
stretched vinyl sprue. The insulators were made by mixing acrylic gray
paint with
carpenters glue, applied with a toothpick. The MG-15 was detailed with
the addition of the ammo drums and gunsight. After painting it with
semi-gloss black, I drybrused it with Humbrol Metal Cote Polished Steel and buffed with a
cotton swab. Some details were picked with artists grey pencil.
The final touch was
to apply recent paint chipping with a Prismacolor Silver and Grey pencils on selected panel
lines and fasteners. I was planning to apply more chipping, but I
refrained my thoughts after recalling that these are recently painted
birds. I guess I'm done with this crappy kit. Here's it finally
finished:
And my
Royal Eagle (this will be the name on he plaque) has finally landed to
its base (see how I
did it here).
This
model was awarded a Gold medal in "Single Engine Propeler Axis Aircraft
- 1/72 scale" category, plus a special IPMS Rio de Janeiro award,
during
the Brazilian IPMS National Convention in 2008:
Ficha técnica |
Kit:
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-
Revell #04229
|
Additions:
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Seat belts: Fine Molds AA-4 - German Aircraft
Seatbelt Set #2
- Bezels for the navigator/radio-operator
instruments: Reheat Models RH021 - Instrument Bezels / Vintage 1/72
- Dials for the navigator/radio-operator
instruments: Reheat Models RH08 - Instrument
Dials / Modern & Vintage 1/72 decals
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Stolen
parts:
|
-
Tailwheel: stolen from a 1/72 Revell Ju-87B
- MG-15 muzzle: from Tamiya 1/72 Aichi M6A Nanzan rear
gun
- Engine: from 1/72 Revell Ki-43 Oscar
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Basic
colors:
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Primers: automotive primer and Gunze Mr. Resin primer
- RLM 02: Model
Master Acryl #4770 acrylic
- Blue: Gunze Mr.Color RLM 65 (#117)
lacquer
- Green: Model
Master RLM 62 (#2076) enamel
- Grey: Model
Master RLM 63 (#2075) and RLM
61 (#2077) enamels mixed in a 7:3 ratio
- Brown: Gunze Mr.Hobby Color FS30219
(#H310) acrylics
- Flat coat: Testors Model Master Dullcote and Metalizer sealer
lacquers mixed in a 1:1 ratio
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Notes:
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This kit is a crap!
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Rato
Marczak
© 2008